Mylton Severiano (1940-2014)


Foto: Lidice Ba

Minha história com o Myltainho teve duas fases. Nossos caminhos se cruzaram em 1984. Ele foi meu chefe no jornal Brasil Extra, que durou apenas uma edição. E que edição! Enquanto parte da redação estava presa à ortodoxia política esquerdista, eu queria experimentar novas formas de jornalismo. E o Myltainho era meu "protetor", garantindo qualquer coisa que eu quisesse inventar. Nesse rico período ele foi meu mentor e protetor. Eu me liguei a ele como um pupilo ao seu mestre. Não é a toa que estamos juntos nesta foto da redação:


Uns 15 anos depois dessa foto eu era um dos editores da revista VIP, na editora Abril. E conheci Lidice, a filha mais velha do Myltainho. De chefe, ele virou meu sogro. E vivemos uma relação familiar de muito respeito. Procuramos o tempo todo relevar nossas diferenças políticas, mantendo uma admiração mútua. Ainda que meio distante, já que ele morava em Florianópolis e raramente vinha a São Paulo.

Numa dessas vezes, tive o privilégio de gravar um vídeo do Myltainho com seu acordeon. Além de excelente jornalista, ele era músico devoto de Mozart e Bach. Estava nos estágios finais de produção do seu primeiro (e único) CD, Sensacional. No clima meio parisiense da música "Polé" acho que ficou o extrato de sua alma. Um pouco nostálgica, e com a beleza que Myltainho sempre colocou nas frases que escreveu pela vida.

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