Minha vida com Paulo Goulart (1933-2014)
Foto: Lidice Ba
Paulo Goulart era um desses homens públicos com a rara capacidade de parecer que pertencia às nossas famílias. A foto acima mostra o quanto me senti à vontade ao seu lado no nosso único encontro pessoal.
Paulo era uma fonte inesgotável de bons exemplos, simpatia, carisma e atitude positiva. Não só ele, mas o "pacote completo". O fato de ter sido casado com Nicete Bruno por 60 anos e a solidez evidente de sua família só ajudaram nessa impressão de confortável intimidade. Além disso tudo, Paulo era espírita como eu.
Por algum tempo durante a década de 1970 eu escrevi um programa de rádio que era estrelado por Paulo, Nicete e os três filhos do casal (Barbara, Beth e Paulo Filho, ainda criança). Os programas foram produzidos por Walter Guerreiro e distribuídos para emissoras do país inteiro. Apesar de grande admirador dessa família, perdi a chance de estar com eles nas gravações.
Uma das melhores lembranças que tenho de Paulo Goulart foi sua atuação na comédia Orquestra de Senhoritas em 1974. Todo o elenco era formado por homens travestidos. E Paulo, aquele homão imenso, fazia justamente o papel da mais delicada das senhoritas, Madame Hortense. Era de chorar de rir.
Tive a sorte e o privilégio de rever esse grande ator no palco da FVG com a peça O Homem Inesperado. Na saída daquele dia 20 de dezembro de 2009 dei meu único abraço de agradecimento a esse homem que eu acompanhei (pela TV) desde criança. Nessa partida somos todos herdeiros da sua iluminação espiritual.
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