Aventuras na terra dos folhetins: Bandeira, Motorista de Praça

Ilustração: Lu Gomes

Um dos períodos mais livres e criativos da minha carreira profissional eu passei na editora Três. Não era funcionário. Mas durante anos colaborei com diversas revistas. Escrevia no mesmo mês sobre erotismo na Privê, sobre música na Som Três e sobre os mistérios da espiritualidade na Planeta.

Os trabalhos mais divertidos costumavam acontecer sob orientação do grande diretor de redação (e amigo) Leonel Prata. Ele me dava carta branca para qualquer experiência. Uma delas foi escrever o folhetim "Bandeira, Motorista de Praça". Bandeira era inspirado em Bernie X, uma coluna publicada na revista National Lampoon, uma de minhas maiores influências da época.

As histórias de Bandeira eram narradas na primeira pessoa. Ele recebia um passageiro no táxi, perguntava onde queria ir e dava um jeito de engatar um longo monólogo. Era acima de tudo um mentiroso. Ele contava por exemplo como o ex-presidente Janio Quadros tinha renunciado por sua causa. Ou como  a atriz Sonia Braga tinha se entregado a ele no banco de trás. Mentia, mentia. E no final do capítulo Bandeira entregava o passageiro no destino.

Equipe da revista Homem

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