Escravo de mim mesmo


Quando eu estava empregado na Abril, ouvi o conselho de um dos meus mais queridos chefes: "Quando você cogitar pedir demissão, pense no mundo lá fora. O mundo sem emprego é arriscado e perigoso". E é mesmo. Aqui fora não existe rede de segurança. Em compensação, cada dia é uma aventura. Um dos problemas é que eu acabo enfrentando o patrão mais exigente, aquele que só não me cobra resultados quando estou dormindo: eu mesmo. Tenho sempre na cabeça a pergunta "o que mais?!". Tenho que criar, produzir, e daí criar mais um pouco. 


Jogando paciência, pensei nisso - por que não posso desligar meu turbulento cérebro por alguns minutos, empilhando cartas virtuais de baralho? Então joguei paciência sem pensar que deveria estar trabalhando. E comecei a teorizar sobre a importância de se jogar buraco como parte de uma atitude de relaxamento saudável. Daí percebi que isso poderia ser o tema de uma matéria. Ofereci. O editor topou. Tenho 15 dias de prazo.


E é por isso que sou escravo de mim mesmo. 

Comentários

Emanuel disse…
Eu sou suspeito pra falar do que é possível obter de um baralho.
Meu(s) baralho(s) é/são um mundo.
Ou mais de um.
Ricardo Soares disse…
o lance é o seguinte... o Domenico de Masi diz que a gente se sente culpado com nossas horas de lazer... não sabemos o que fazer com o lazer...por isso escravos de nós mesmos... divido o problema caro amigo
Dagomir Marquezi disse…
É muito difícil administrar a liberdade, meu amigo!

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