Brecht na Bahia

Ilhéus - Assisti uma looooooooooooooonga montagem de Galileu Galilei, de Bertold Brecht pelo Teatro Popular de Ilhéus. Eu disse longa? Foram 4 horas e meia, com 2 intervalos. Tortura? De jeito nenhum. A montagem começou mal e terminou mal. Mas o recheio foi um ato de bravura unindo atores com figurinos mulambentos, boas sacadas, alguns momentos amadorísticos, outros de sólida dramaturgia. A montagem inclui uma banda de rock com um baterista de 9 anos de idade! E bom. Uma das melhores coisas dessa peça é ser encenada no semi-abandonado Palácio Episcopal, um monumento histórico de Ilhéus. Os espectadores são convidados a acompanhar a encenação por vários ambientes do edifício. No final, o elenco serve um jantar. O texto de Brecht é uma grande reflexão sobre a Ciência com inevitáveis toques de panfletarismo esquerdista. Eu já tinha visto uma montagem em São Paulo (com Cláudio Correa e Castro) que não passou das duas horas em cena. Mas os baianos têm outra concepção do tempo.

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